Conheça os amigos do Adriel, junte-se à jornada.
"(...)um grande simulado pra aprenderem a fazer a prova do ENEM. Em primeiro lugar, se preparar; em segundo lugar, se divertir. E vai ser o primeiro(...)"
Capítulo 2: Juntar a galera
09 de setembro de 2025
Essa jornada que agora você me permite continuar contando é sobre como os amigos do Adriel vão fazer uma mudança no território aqui em Brasília, de conscientização das necessidades do povo brasiliense.
É importante que a gente saiba sempre a nossa história para que a gente não repita os erros do passado. Tem até quem diga que um povo que não sabe a própria história está fadado a repeti-la como tragédia, né? Ou como farsa? E nós vemos muito bem o que está acontecendo hoje no Brasil.
Temos os representantes do neoliberalismo global que sucumbiram, e temos as pessoas que não têm nada a ver com isso do outro lado, lutando contra esses representantes. Porque o que eles defendem é a absoluta dissolução da sociedade como a gente conhece hoje, transformando o nosso dia a dia do século XXI no que alguns especialistas chamam de “feudalismo modertech”, o feudalismo moderno.
Então, se a gente sabe a nossa história, a gente sabe que Brasília é bem mais antiga do que a data de inauguração nos anos 60. Ela é um sonho. Ela representa a vontade de independência e emancipação do povo brasileiro.
Aquele povo tão misturado, tão oprimido, que no livro O Povo Brasileiro é bem descrito por Darcy Ribeiro sobre a sua composição. Olha, a gente tem matrizes do mundo inteiro. Brasília é o seio disso, é o conjunto que mistura todos os “Brasis” em uma visão, em um sonho de que é possível ter o nosso estilo, nosso jeito, acontecendo no mundo.
E marcaram, há mais de 100 anos, a pedra fundamental ali em Planaltina. O que representa isso? Desde a Independência, o Bonifácio já tinha descrito que ia ter que fazer Brasília. E só depois do Vargas criou-se uma quantidade de massa crítica que passou dessa briga que a gente teve no século passado: com o golpe do Estado Novo, com a criação forçada da Petrobras, da CLT… A gente teve essas mudanças. A gente teve um sonho possível.
A gente conseguiu colocar na cabeça da população brasileira que sim, nós vamos transferir a capital para o centro do Brasil. Com aqueles equipamentos, naquela época, tão durante 5 anos, esse canteiro de obras gigantesco que virou cerrado constituiu esse sonho materializado, chamado Brasília.
Você que tá escutando isso aqui faz parte disso. Esse é um livro da construção de como a gente vai retornar essa esperança pro dia a dia das pessoas. Até porque nós sabemos que apenas durante os governos que defendiam a classe trabalhadora, os camponeses, só durante esses governos é que o Brasil teve avanços fundamentais.
Então, Brasília não tem indústrias. Brasília, porém, já é a terceira maior cidade do país em pouco mais de 60 anos. Brasília não é apenas o Plano Piloto. Brasília é todo o Distrito Federal. É todo esse sentimento de que o Brasil é possível.
Olha que palavra bonita, Brasília, né? É forte.
Eu gosto de ser brasiliense. Eu gosto de morar em Brasília. Sempre gostei. De você saber andar em todo o DF a 60, 80 km/h nas vias que cortam a cidade de ponta a ponta. E pra alguém que cresceu lá no Gama, que cresceu em Santa Maria, que cresceu vendo o entorno se expandindo, que cresceu numa época de pujança econômica do Plano Real acontecendo, que viu o real valer mais que o dólar lá em meados de 97, que participou como aluno de uma escola pública que tinha recursos, que era distrital, que carregava os professores que ajudaram no combate à ditadura, vendo aquilo acontecendo, que viu as formações das leis de base da educação sendo implementadas, que pôde, mesmo da escola pública, ascender até o ensino superior também público… É sensível isso.
Pra mim, isso é muito sensível. E essa jornada é viável. Imagina se os nossos antepassados, aqui há 60 anos, fizeram uma cidade com a tecnologia daquela época. Só alguma coisa muito grande — e um tanto de burrice por trás — pra não conseguir nem organizar a obra dali do centro monumental em 2 meses.
E a grande vantagem de a gente estar agora no século XXI, pós-internet, como eu me referi no primeiro capítulo, é que nós temos objetos de comparação.
Então, vamos juntar essa galera toda. Vou me organizar com as pessoas em torno desse sonho viável, que é Brasília para 2026, 2027, 2030, 2050… Tem como a gente fazer isso? Tem ferramentas, tem recursos, e a gente não precisa esperar a nossa classe política olhar pra nós e fazer o que a gente precisa. Nós podemos nos organizar e fazer.
Mas nós vivemos num lugar com muitas pessoas reprimidas: reprimidas intelectualmente, reprimidas economicamente, reprimidas moralmente. E o Paulo Freire diz uma coisa muito verdadeira: que quando alguém não recebe uma educação emancipadora, a tendência é que o oprimido queira ser o opressor. Pra mim, isso justifica a gente ter, numa cidade onde os trabalhos melhor remunerados são pagos para as pessoas que tiveram acesso a uma educação privilegiada — mas são pagos pelo Estado —, e boa parte dessas pessoas acharem que o Estado tem que diminuir, que o Estado tem que acabar, defendem uma pauta neoliberal. Isso é muito burro.
E os meus amigos concordam que isso é muito burro. E nós concordamos que a gente precisa furar essa bolha, conversar com essas pessoas e mostrar que a gente consegue criar uma realidade que é melhor para todo mundo, que é mais justa para todo mundo.
Como que nós vamos fazer isso? Atuando. Ontem, depois de lançar o primeiro capítulo, eu já tinha organizado um encontro com alguns dos meus amigos que também tão aqui batalhando no comércio. Temos aí… vou citar só os primeiros nomes, mas vocês vão conhecer cada vez mais, porque eu espero que eles também comecem a escrever a sua versão dessa contagem regressiva, o que estão fazendo.
Lembro mais uma vez: eu repito, e isso é uma estratégia de marketing. Você tá ouvindo, chegou até aqui e pode participar também. Esses meus amigos, especificamente o João, o Lucas, o Rubens… é, nós ontem nos reunimos pra gente poder criar um aulão de cursinho pré-vestibular com atividade cultural em seguida. E vamos juntar aí alguns lugares da Zona Norte, do Gama, de Samambaia, de Sobradinho, pra poder dar uma esperança e conectar essas pessoas com aquilo que fez a diferença pra minha geração: que é o ensino público de qualidade, o acesso ao ensino superior de qualidade. E por qualidade entenda-se, aqui em Brasília, Universidade de Brasília, porque foi desenhada pra tal, pra lhe dar e criar as pessoas que vão tratar do futuro da humanidade, como Darcy Ribeiro fala. E nós vamos fazer isso.
Esse aulão vai ajudar as pessoas com suas dificuldades, um grande simulado pra aprenderem a fazer a prova do ENEM. Em primeiro lugar, se preparar; em segundo lugar, se divertir. E vai ser o primeiro. Vamos fazer vários deles. Todas as semanas nós vamos fazer esses encontros: a juventude, os comerciantes, a cultura, a classe dos professores. Como eu falei, nós vamos juntar a galera.
E vamos fazer coisas práticas. Estamos atuando nisso. Você é minha audiência daqui, tá conhecendo o projeto do Café com Cogumelos. Ele vai entender cada vez mais como essa plataforma de transformar a indústria do café, como nossa potência de comunicação transformadora e ampliada para todo o Brasil, de forma cooperada, trabalho mútuo, vai transformar nossa realidade, um cafezinho por vez.
Além da galera que está envolvida com o Amor Expresso, envolvida com a construção deste livro, nós temos aqueles anjos que aparecem na vida da gente pra nos dar suporte. Essa galera que se junta porque tá cansada de ver o que tá rolando e não ter voz, não conseguir se expressar.
Aqui eu conto agora a história de um personagem que entrou recentemente nessa contribuição: o Quel Nil, que atua aí no Fogo do Pavio e sabe fazer rimas como ninguém, que tá ajudando na manufatura da impressa e na construção da comunicação da nossa rede de amigos com a juventude, nos atos presentes, representando.
E você? Quer juntar com a gente? Quer fazer parte? O que que você pode dar para Brasília ser a cidade que nós queremos?
Você tá disputando algum cargo político? Em qual espectro você tá? Pra gente é indiferente agora. Sabe o que você fez na eleição passada? Porque o que interessa é o que você vai fazer na próxima eleição. Vai ser por Brasília? Vai ser pelo seu bolso? Vai ser pelo seu grupo?
Vamos fazer uma grande coalizão. Vamos nos inspirar no que representa esse sonho de Brasília. Porque eu realmente acredito e tenho rodado aí formulários, coletando informações das pessoas sobre o sentimento delas por Brasília, essa que é a nossa casa.
E a gente vai reorganizar esse parlamento. Vai tirar as 5 cadeiras que hoje tão na mão da direita e da extrema direita e vai colocar na Câmara dos Deputados pessoas que querem o bem de Brasília e que não vão deixar, por exemplo, que um governador como Ibaneis desmantele a nossa cidade como está fazendo. Não é só criar viaduto, né, galera? Cadê a nossa educação de qualidade? Cadê as escolas parque para todo o Distrito Federal? Tem tanta grana, e os caras ficam querendo usar dinheiro público pra comprar banco falido de amiguinho, pra colocar catraca em estacionamento, pra dificultar o transporte das pessoas.
Olha, eu vivo lá em Portugal também. E uma coisa que nós vamos trazer pra Brasília é a segurança de um transporte público de qualidade em todo o Distrito Federal, para que a gente possa ocupar o território de vez com segurança, dar oportunidade para que você possa se distrair fora do celular, mas relaxar no final do dia, depois de chegar do trabalho, com sua família num restaurante local, com seus amigos no barzinho pra tomar uma cerveja.
Mudar a questão da política de drogas, e a gente fica mais próximo do que países que são estratégicos em termos de economia, como Holanda, Estados Unidos, Canadá. Não saem na frente da gente em relação a isso. Por que você não pode fumar um baseado? Não pode plantar a sua maconha? Por que você não pode produzir o seu cogumelo mágico? Você não pode acessar uma jujuba com psilocibina? Você não pode participar de rituais que você transcende, que altera a percepção da realidade de forma tranquila, como com a ayahuasca?
Piada. Não. A gente tem uma cidade que tem sido dominada por uma versão horrível do cristianismo, que priva as pessoas dos prazeres da vida, de estar vivo, e condena essas pessoas a virarem uns Damares da vida, umas Bia Kicis, gente ressentida, gente amargurada, gente mal resolvida sexualmente, psicologicamente.
Mas queremos mudança. Nós queremos que as pessoas possam ser elas mesmas e não precisem pentelhar a vida do outro pra isso. Nós queremos que as igrejas evangélicas em Brasília sejam polos de renovação cultural, não “tchurches” da coisa preta, reproduzindo Pablo Marçal. Nós queremos que esses encontros com as divindades, com a pluralidade dos terreiros — aqui é do Vale do Amanhecer, os espíritos, os católicos, os dionisíacos, como é o caso aqui de quem vos fala —, nós tenhamos a nossa fé amplificada para a união da nossa população e cultura.
A gente precisa diminuir essa burrice da opressão.
E assim a gente vai juntar essa galera. Uma das nossas ferramentas pra isso é a nossa cafeteria móvel. Eu adoraria convidar e aproveitar esse momento aqui do texto para convidar você a conhecer, participar dos nossos eventos, chamar a nossa Kombi pro seu lugar, pra sua região, pra gente tocar uma música, fazer um sarau, levar poesia, arte e cultura, liberdade na rua, para mostrar às pessoas que elas têm alternativas ao pastor aí do dízimo, da microempresa que virou a igrejinha dele.
Nós vamos emancipar até esses pastores. Nós vamos transformar essas lideranças em lideranças propositivas, em lideranças que fazem a nossa sociedade brilhar.
É possível fazer isso? Tem ferramenta para isso.
Transporte público de qualidade e acessível, como eu falei. Que lá em Portugal você tem de graça para estudante, de graça para maioridade, e tem subsidiado para que as pessoas paguem aí 20 euros por mês — que dá pouco mais de R$ 120,00 — pra andar o mês inteiro. Dá pra fazer em Brasília.
Buscar verba pública pra gente ampliar o nosso metrô e ajudar o próximo governador de Brasília, que será do PT — nós vamos fazer isso — a melhorar. Ninguém quer pegar carro mais hoje em dia, cara. Lá em Madrid, você atravessa a cidade de metrô em 15 minutos. E o Plano Piloto, que nem aqui, sabe? Aqui não precisa nem furar a terra, pode fazer por cima.
E esse pessoal que insiste em entrar no poder público pra se corromper, fica querendo pegar brechinha de dinheiro de obra, superfaturando coisas… acabou, gente. Tamo no século XXI. Não precisa mais disso. Todo controle de dinheiro público pode ser feito de forma transparente hoje em dia. Temos aí o PIX, cara, acontecendo. Temos aqui este canal, que tá sendo utilizado como comunicação de transformação política, mas que é para a gente comunicar todas as boas coisas que estão acontecendo em Brasília.
Têm mais coisas acontecendo também em Brasília. Descobri recentemente, inclusive — é uma denúncia que eu deixo aqui —, ex-candidatos políticos estão utilizando a estrutura pública da Polícia Militar pra ficar fazendo propagandinha aqui no final da Zona Norte agora. Enfim, fala aquela coisa justiceira de sempre, né? Porém, tá fazendo com dinheiro público. Isso tem que parar.
Acho que a gente tem que parar, inclusive, vamos pensar bem: parar de eleger gente que o nome da campanha começa com “pastor” ou com patente militar. A gente viu no que é que deu aí, né? Nós estamos vendo a repressão das nossas liberdades de encontro. Tem problema de som? A lei do silêncio tá sendo usada pra calar movimentos populares em todo DF.
A gente tá sendo coagido a ter que ficar em casa, rolando a tela do celular, se indignando, ficando doente.
E tá na hora de parar com isso. Tá na hora de juntar a galera. E quando a galera junta… e nós somos muitos. Nós já somos, como eu falei, a terceira cidade do país. Já são 3 milhões e meio de brasilienses, e fora o pessoal do entorno, que junto na Grande Brasília, a gente transforma a nossa vida. E nós vamos transformar.
Então, obrigado mais uma vez pelo seu tempo. Este segundo dia — e segundo capítulo, consequentemente — continua. Amanhã tem mais. Você vai escutar mais.
E eu quero que o seu nome apareça neste livro. Que a sua ideia, que o seu negócio, que a beleza da sua história formal complemente a dos personagens que estão envolvidos aqui, que são personagens reais, trabalhando e executando um plano de comunicação ousado.
Que nenhum outro político, nenhum outro empresário vai poder falar de forma tão aberta e tranquila durante a campanha como nosso grupo vai se organizar e vai agitar essa cidade.
Vamos juntar galera? Conto com você. Até amanhã.